Qual o papel do RH na saúde ocupacional e segurança do
trabalho?
A
responsabilidade com a saúde e segurança deixou de ser um cuidado pessoal e
atualmente é visto como uma questão estratégica e prioritária para a
maioria das empresas do mundo todo. Claro, quando o capital humano apresenta
taxas de adoecimento significativas, o reflexo será sentido no dia a dia da
empresa, pois o colaborador poderá precisar se afastar de seu posto de trabalho
e, nem sempre, a empresa terá outro colaborador para assumir a função do colega
ausente. Uma questão importante para o RH.
Contudo, o
Ministério da Previdência Social divulgou dados que comprovam que precisamos
dar ainda mais atenção à saúde do trabalhador brasileiro. Em um ano, foram
registrados mais de 720 mil casos de acidentes e doenças do trabalho, entre os
profissionais assegurados da Previdência. Além disso, foi constatada uma morte
a cada 3,5 horas, motivada pelo risco decorrente dos fatores ambientes do
trabalho e quase 80 acidentes e doenças de trabalhos reconhecidos por hora de
trabalho.
Foi pensando
na importância do cuidado com a saúde e com a segurança do trabalhador, que
elaboramos este artigo. Aqui, pretendemos esclarecer a importância das técnicas
da saúde ocupacional e da segurança do trabalho dentro de uma empresa. E, para
isso, a relevante participação dos profissionais de Recursos Humanos. Boa
leitura!
O papel do
profissional de RH
O setor de
Recursos Humanos tem grande responsabilidade sobre a implantação das técnicas
de administração de uma empresa. São os profissionais de RH que atuam
diretamente com as políticas que determinam as normas e os procedimentos de
organização na empresa.
Nesse
sentido, além das funções já conhecidas como recrutar, selecionar, treinar e
capacitar os funcionários para desenvolverem seus conhecimentos em benefício da
empresa, os profissionais e gestores de RH também têm o papel de fiscalizar
e auxiliar na aplicação das técnicas da saúde ocupacional e da segurança
do trabalho na empresa, assegurando a saúde física e psíquica de todos os
funcionários.
Por ser uma
obrigação e envolver diversas variáveis, além de uma forte legislação, muitas
empresas optam por terceirizar esse serviço, dividindo a responsabilidade à
outra empresa. É nesse momento que a função do RH se torna indispensável, pois
as informações
entre sua empresa e a terceirizada deverão ser minuciosas, visto
que envolvem muitos dados.
Assim, para
que todo o processo ocorra de forma assertiva, é preciso deixar claro quais são
as responsabilidades do profissional de RH (geralmente o responsável pelo
contato) e da empresa prestadora do serviço de saúde ocupacional e de segurança
do trabalho. Confira!
Definindo os papéis
e as responsabilidades
É muito positivo
para a empresa manter os serviços de saúde ocupacional e de segurança do
trabalho dentro da corporação, mas isso requer maior mão de obra qualificada e
tempo disponível. Em função disso, muitas empresas optam por contratar uma
empresa especializada nos assuntos, o que também não deixa de ser positivo,
pois as técnicas, normalmente, são mais qualificadas já que possuem equipe
específica para isso.
Nesse
contexto, definir os papeis e as responsabilidades dos dois lados são muito
mais que essenciais, são cruciais. Primeiro, porque é a partir dessa definição
que o trabalho poderá ser desenvolvido com exatidão e, segundo, porque toda
informação deve ser precisa e trabalhada com muita responsabilidade. Compreenda
melhor:
1. Centralizar as informações
Um setor de
RH de grandes empresas é formado por diversos profissionais e, na maioria dos
casos, cada um é responsável por um assunto (folha de pagamento, comunicação
interna, recrutamento, treinamento, medicina ocupacional, entre outros). Mas,
em empresas de pequeno e médio porte, isso se torna quase impossível. Os
profissionais precisam desenvolver mais do que uma ou sua função. Isto é, além
de executarem suas tarefas padrões, precisam cuidar de outras ações, como a
saúde ocupacional e a segurança do trabalho, por exemplo.
Nesses
casos, o cuidado com a saúde
e segurança do funcionário exige muita atenção do profissional
de RH, visto que ele se torna o responsável pela questão como um todo,
elaborando, implantando e fiscalizando os processos.
Já nos casos
em que é possível contratar uma empresa prestadora de saúde ocupacional e
segurança do trabalho, é indispensável que se tenha, dentro da empresa
contratante, um
profissional (normalmente o de RH) que centralize todas as informações
que serão repassadas à contratada, pois em todo esse processo, as informações são a
base.
Um erro
nesse processo poderá desencadear uma grande dor de cabeça, tanto para o
profissional responsável, quanto para a empresa, pois, geralmente, as multas
são altas.
2. Exatidão na informação
Para a empresa
contratante, ter uma pessoa responsável internamente por repassar os dados à
empresa prestadora do serviço de saúde ocupacional e segurança do trabalho, é a
certeza de informações mais exatas.
Pensemos os
transtornos que podem ocorrer quando os dados forem repassados de forma
incorreta, como o nome do funcionário, por exemplo. Além disso, é comum a
empresa contratante esquecer de enviar a mudança de função do seu funcionário e
isso acarreta em problemas gravíssimos, visto que para cada função é exigido um
tipo de exame.
Nesse
contexto, ter uma pessoa responsável por esta interlocução se torna muito
eficaz e evitará grandes equívocos.
3. Organização do fluxo
Outro ganho
muito importante para a empresa contratante ao possuir uma pessoa responsável
por essa interlocução com a empresa prestadora de serviço de saúde ocupacional
e segurança do trabalho é a organização do fluxo.
O
profissional, tendo a visão e a organização do todo, tem sob seu controle as
peculiaridades das atividades da empresa, evitando, assim, serem atuados por
não realização de exames, que ocasionam multas.
Aqui podemos
exemplificar com os casos de vendedores externos, que raramente estão nas
dependências da empresa. O profissional inserido na empresa contratante é a
pessoa mais apta a identificar o período que esses vendedores poderão ter seus
exames agendados com a empresa contratante. Esse processo de intermediação é
fundamental para que a empresa contratada não fique à mercê desses imprevistos
e a empresa contratante sofra as penalidades legais.
4. Comunicação
eficiente
A palavra
chave para essa interlocução é comunicação. E ela deve
ser eficiente. Cada detalhe e mudança devem ser repassados. A comunicação
eficiente torna o processo de gerir e cuidar da saúde e da segurança dos
funcionários muito mais benéfico. Por isso, a pessoa responsável por ela deve
saber da responsabilidade que tem nas mãos e sempre, de forma clara, comunicar
o que acontece na empresa para que seja possível evitar problemas e multas.
Considerações
É possível
perceber que assim como nas demais áreas da empresa, os profissionais de RH são
fundamentais para garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos funcionários,
evitando a ocorrência de acidentes, sinistros e doenças laborais. E mais do que
isso, eles se tornam essenciais nesse processo, inclusive quando a empresa opta
por contratar uma empresta que preste esses serviços.
Então, mais
uma vez, devemos ressaltar a importância da definição dos papeis, tanto do
profissional de RH quanto da empresa contratada, para que esses serviços sejam
prestados da melhor maneira possível e tragam muitos benefícios.
Autora: Quintina
Denise da Rosa
Especialista
em Saúde e Segurança do Trabalho e eSocial
Consulta
do Software SST Madu
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